quinta-feira, 6 de maio de 2010

her taste of adventure is not exhausted

They say it's the way you wear your hat
I say it's the mind you have on at
they say it's me, my style, my tos and fros
i say it's the weather, the blues, the wooes
They say your pajamas were cute
I say your flavors are absolute
And so we go on saying this and that
Till we cannot stop
And the night becomes a nightmare
Full of reasonable thoughts
Not until I won't be able to sleep
I'll watch you in deep
In your dos and dids

como fazer do seu jotacá uma cabana na floresta - tomo 21

Tudo o que escreve é um espelho do que é. Ele diz o que vê nela que é justamente o que existe nele.
Não é coerente em nada. Pois não é a pessoa que comanda a vida: é a vida que comanda a pessoa.
Escreve o que lhe dá vontade. Ela lê porque quer.
Por que dá explicações sobre quem é?
Porque sente vir um ataque cardíaco. Para fazer um inventário. Para se crer remediável.
Sabe tudo de memória: por isso, precisa esquecer. Praticar o esquecimento para não se levar preso por vida. Perder os traços do rosto dela, perder o som de sua voz. Deixar que, com o tempo, ela não seja nada, ainda que veja sua fotografia.
O que tem para dizer é o que nasce no momento. Se se repete, é porque se repete. Porque não há criação possível, enquanto for enquanto.
Tem razão em tudo o que diz, mesmo que o tempo passe. Tem razão em tudo o que diz, e ainda assim, segue dizendo a mesma coisa.
Tudo é uma repetição e também ajuda a esclarecer.
E lhe parece incrível que ela siga querendo vê-lo e lê-lo.

(A esperança é uma coisa violenta.)

quarta-feira, 5 de maio de 2010

como fazer do seu jotacá uma cabana na floresta - tomo 20

Cama doble. Não era tarde, e os travesseiros fofos. Às vezes, o jotacá pode ser transportado. Com a outra pessoa, se faz cabana na floresta, os galhos cobrem nossos corpos, e vamos andando. Se encontramos um ao outro no caminho, estamos em graça. Com aquela disposição de esfregar um corpo no outro e produzir fogo, foi assim desde a pedra lascada, acarinhar as vontades e chegar num jeito que só de dois se logra. As cascas da árvore no chão amenizam as pisadas de nossos pés, vamos. Solamente una vez. Nos agarramos ao tronco mais forte e subimos, subimos, como escreveu Vinicius de Moraes, a subida exige fôlego, fazemos ar e encontramos os fôlegos para descansar, inspirar e expirar, de duo, de outra terceira margem para nossos rios, que rios que correm paralelos não se encontram nunca, mas há o delta, logo ali, e as águas se misturam, por esse encontro nos fortalecemos, por esse encontro nos damos, por aí é que subimos e descemos, vemos as colinas, picos rápidos e corremos nus, na floresta que é nossa cabana, na cabana que se alargou, alcançou extremidades há muito desconhecidas, o alto e o baixo de todo o movimento, o calor erguendo nossos braços e espalmando pernas, cuspimos labaredas, queimamos folhagem, fazemos nova geografia, que a floresta em que entramos nunca mais será a mesma.